Com a aposentadoria de aeronaves antigas, aéreas têm equipado aviões com minissuítes na classe executiva no lugar das suítes luxuosas da primeira classe
As suítes de primeira classe nos aviões – uma experiência de cama de casal nas alturas que tem sido o sonho de viajantes nos últimos anos – estão em declínio há algum tempo.
Com a aposentadoria de muitas aeronaves antigas por causa da Covid-19, as companhias aéreas estão preferindo equipar os aviões novos com minissuítes na classe executiva no lugar das suítes luxuosas da primeira classe.
Mas não desanime, porque assentos especiais também estão surgindo nas novas aeronaves. Da próxima vez que embarcar em um avião de passageiros de grande porte, dê uma olhada ao passar pela primeira fileira da classe executiva: você encontrará ali o superconfortável business-plus.
Na verdade, essa fileira é uma espécie de primeira classe secreta, escondida silenciosamente na frente dos assentos da executiva, mas com mais espaço, mais recursos ocultos e toques mais luxuosos.
Anthony Harcup, um diretor sênior da casa de design Teague, explica de onde vem o espaço para esses assentos.
“Os assentos da classe executiva obtêm sua eficiência de densidade ao disfarçar ou encaixar os compartimentos do passageiro – muitas vezes os pés de um passageiro se aninham sob a mobília lateral do assento do passageiro da frente”, detalhou. “Já o assento da primeira fila está livre de qualquer passageiro na frente”.
Esse espaço, encostado na divisória na frente da cabine, é frequentemente perdido ou deixado vazio, ou ainda tem algum móvel como um porta-revistas ou um armário para a galley, a cozinha do avião.
“O reaproveitamento desse espaço para abrigar recursos premium e criar mais espaço para os passageiros o transforma em um tipo de assento de primeira linha para aeronaves”, comparou Harcup.
Espaço nobre
O espaço disponível na fileira número 1 pode até ser maior do que o tradicionalmente reservado na primeira classe e incluir mimos como um sofá lateral onde seu parceiro ou filhos possam se aninhar com você e assistir a filmes na imensa tela de entretenimento a bordo. Ou, ainda, ter um pequeno armário para guardar seu terno, deixando-o sem vincos para quando chegar.
Para Harcup, todo esse espaço extra “é especialmente importante agora que os assentos de primeira classe estão sendo substituídos por assentos de classe executiva mais eficientes. Nesse sentido, é um raio de luz que mantém vivo o espírito e a diferenciação da primeira classe”.
Um exemplo é o recente Mint Studio da jetBlue, oferecido em sua mais nova aeronave de rotas longas. Harcup e o designer sênior da Acumen Design Associates, Daniel Clucas, trabalharam neste novo espaço inovador, que combina a suíte privativa com portas com um sofá, o que também aumenta o tamanho da cama a bordo. “Conseguimos não só oferecer uma cama maior e mais confortável, mas também um monitor maior, um segundo assento e mais espaço de trabalho”, nota Clucas.
Existem muitas opções para o uso desse espaço pelas companhias aéreas, fabricantes de assentos e seus parceiros de design – as escolhas vão depender do que a empresa deseja e precisa.
Uma companhia aérea com foco em viajantes de negócios, por exemplo, pode oferecer “assentos para reuniões” em uma “mesa de negócios” ampliada com tomadas de energia extras e dispositivos de carregamento. Talvez possa oferecer outros benefícios adicionais, como um serviço de chá e café focado em reuniões e lanches com brain food, a chamada “comida para o cérebro”.